Comércio de varejo: o que esperar com a volta do movimento
O Brasil inteiro encarou, ao longo dos últimos dois anos, um dos momentos mais difíceis e delicados de toda a sua história recente. A pandemia do novo coronavírus afetou principalmente a saúde brasileira, mas também teve grande impacto na economia. Mas, afinal de contas, o que esperar do comércio de varejo com a volta do movimento?
Com a pandemia aparentemente indo para os seus finalmentes no Brasil e no mundo, tende-se a esperar uma retomada ascendente dos mais variados segmentos econômicos. De certa maneira, o país já vem passando por melhorias em alguns setores, mas ainda assim está patinando em outros tão importantes quanto.
O mercado varejista é, sem sombra de dúvidas, um dos mais importantes para a economia nacional, em diversos sentidos. Primeiramente porque ele é muito abastecido não apenas pelas grandes empresas como, também, pelos médio e pequenos empreendimentos, que são os que mais movimentam o país economicamente.
Neste artigo, você irá entender um pouco mais sobre o que se deve esperar do comércio de varejo com a volta do movimento, no período “pós” pandemia. Além disso, falaremos também sobre as expectativas de especialistas para o segmento ao longo do ano de 2022, o qual promete ser definitivo para o futuro varejista do Brasil.
Dito isso, pegue logo o seu caderno de anotações ou abra o bloco de notas do celular e venha conferir um pouco mais sobre o assunto.
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Como estava o comércio de varejo nos últimos anos?
Antes da pandemia do novo coronavírus, em 2019, o Brasil registrou o maior crescimento do comércio de varejo em cinco anos até então: 2,9%. O segmento estava se consolidando cada vez mais no país, sobretudo por causa de grandes nomes do mercado nacional, como a própria Magazine Luiza - uma referência no setor.
Com isso, a expectativa para esse setor prometia ser gigantesca para os anos seguintes. Acontece que o ano de 2020 foi um verdadeiro baque, não apenas para o mercado varejista como para a economia brasileira de uma maneira geral. A pandemia trouxe diversos impactos econômicos que colocaram as expectativas em stand-by.
Para se ter uma noção, em dezembro de 2020 as vendas no varejo brasileiro passaram por um recuo de 6,1%. Antes disso, já havia recuado algumas porcentagens consideráveis, e continuou passando por quedas em alguns meses seguintes, a exemplo de agosto de 2020, quando recuou 3,1%.
Acontece que, mesmo com os recuos consideráveis em alguns meses do ano, o mercado varejista se manteve em crescimento ano longo dos últimos anos, ainda que modesto. Em 2020, o crescimento foi de 1,2% e, em 2021, 1,4%. Acontece que, com a volta do movimento econômico de uma maneira geral, as expectativas de especialistas é de que 2022, e os anos seguintes, sejam muito bons para o setor.
Sendo assim, confira qual a expectativa para o comércio de varejo com a retomada da economia no Brasil:
1. Estudo aponta crescimento de quase 4%
O avanço da vacinação contra o novo coronavírus no Brasil, a qual chega a cerca de 67,7% da população nacional, permitiu que muitas economias voltassem a girar e o mercado aquecesse novamente. E isso começa a se refletir já nas expectativas de especialistas, sobretudo para o setor varejista, como comprova algumas pesquisas.
Um relatório elaborado pela EMIS, uma plataforma digital que pertence ao Grupo ISI Emerging Markets, afirma que a perspectiva para o comércio de varejo no Brasil é de crescimento para 2022. De acordo com o estudo, o volume de vendas no segmento deverá crescer cerca de 3,8% no ano.
Alguns dos principais fatores que levam o estudo a chegar nessa conclusão tem a ver com o grande crescimento da digitalização de empresas do setor de varejo. Com a pandemia, muitos empreendimentos passaram a trabalhar com o e-commerce e, paralelamente, muitas pessoas se adaptaram à realização de compras pela internet.
Caso as previsões se concretizem de fato, a porcentagem de crescimento do comércio de varejo no Brasil é extremamente positiva. Ainda mais quando paramos para comparar o número com o dos anos anteriores, em 2020 e 2021, quando o país passou pouco do 1%, e em 2019 que, apesar de ter sido o maior em anos, ainda assim está quase 1 ponto percentual abaixo da perspectiva para 2022.
2. Datas que devem impulsionar o comércio de varejo
Não é segredo para ninguém que o comércio de varejo, apesar de se manter forte no país ao longo de todo o ano, vive para algumas datas em específico. Existem alguns períodos comemorativos que costumam ser cruciais para o bom desempenho desse setor a nível nacional e, consequentemente, para que ele feche o ano em crescimento.
Começando do início para o fim, o Dia das Mães, em maio, é uma data que costuma ser bastante considerável para o aumento das vendas no varejo nacional. O mesmo é válido para o Dia dos Pais, que acontece em agosto, e o Dia dos Namorados, em junho, que também movimentam o mercado varejista do Brasil.
No entanto, as datas que costumam ser definitivas para o comércio de varejo no país vêm mais para o fim do ano. A começar pelo Dia das Crianças, em outubro, que sempre rende muitas compras - tanto pela internet quanto de forma presencial. Logo em seguida, em novembro, vem aquela que provavelmente é a principal data do segmento: a Black Friday, que também mantém números altíssimos no Brasil ano após ano.
No entanto, não há como negar que o fim de ano de uma maneira geral costuma ser um período de grande sucesso para o setor varejista. Isso se dá porque é o período de festas, marcado não apenas pelo Natal como, também, pelos encontros de firma, amigos secretos e ano novo - festividades que também movimentam o segmento.
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3. O que ainda pode ser um empecilho
Por mais que a perspectiva para o comércio de varejo seja extremamente positiva para o ano de 2022 e, consequentemente, para aqueles que vêm a seguir, fechar os olhos para possíveis problemas não é a melhor solução. Afinal de contas, é entendendo toda a situação econômica do país que você consegue ter uma melhor noção do conjunto.
Existem algumas questões latentes no Brasil que também podem ser um empecilho para o comércio de varejo no país. A começar pelo poder de compra do brasileiro que, de acordo com um economista do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe) caiu 21% em três anos.
Isso, de certa forma, acaba sendo extremamente prejudicial para o setor varejista como um todo. Afinal de contas, quanto menor for o poder de compra do brasileiro, o qual leva em consideração questões como inflação e reajuste do salário mínimo, menos dinheiro ele terá para gastar com o comércio do varejo de uma maneira geral, o que pode acabar gerando um impacto negativo.
Outro ponto que também pode ser considerado um empecilho para o varejo nacional é justamente o preço da gasolina. A alta do combustível em todas as regiões do país impacta diretamente o segmento, uma vez que o transporte de mercadorias, seja para importação e revenda ou até mesmo para compra de insumos ou envio para terceiros, acaba ficando mais caro.
Como fica o comércio de varejo para os anos seguintes?
Apesar de todos esses poréns, como aponta o próprio estudo da EMIS, as perspectivas para o comércio de varejo no Brasil são positivas. Afinal de contas, estamos em um período de retomada da economia, a qual poderá ter bons reflexos nos anos seguintes, quando a pandemia estiver ainda mais controlada no país.