Como montar um ponto comercial com acessibilidade
Empreender em um local físico, nos dias de hoje, não é somente ter um espaço para poder desenvolver o seu negócio. Na verdade, é preciso pensar além, enxergar aquele local como um ambiente que pode garantir uma experiência única para o cliente e usuário. Mas, afinal de contas, como montar um ponto comercial com acessibilidade?
No ramo da construção civil existe uma norma (NBR 9050) que fala justamente sobre a acessibilidade no meio urbano. Trata-se de um norteador que tem como objetivo proporcionar mais conforto, segurança e dignidade para idosos, gestantes, recém operados, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e, também, obesos.
Trazendo esse assunto para o meio do empreendedorismo, é preciso encarar a norma não como uma obrigação, mas sim como uma espécie de dever. Afinal de contas, um dos grandes diferenciais das boas e reconhecidas empresas, sobretudo aquelas que atendem presencial, é proporcionar um espaço inclusivo e acessível.
Neste artigo, você irá saber de uma vez por todas como montar um ponto comercial com acessibilidade, de forma a dar mais conforto aos seus clientes. Além disso, falaremos de questões básicas na escolha de um imóvel, e na transformação do mesmo, que podem contribuir para a construção de um espaço acessível ao público.
Dito isso, pegue logo o seu caderno de anotações ou abra o bloco de notas do celular e venha conferir um pouco mais sobre o assunto.
A localização é essencial para um ponto comercial com acessibilidade
Tirando brevemente o foco das limitações físicas, é importante destacar que a localização de um imóvel é essencial para um ponto comercial com acessibilidade. Isso porque um espaço acessível é, em suma, aquele que é fácil e confortável de ser acessado pelas pessoas - e isso tem tudo a ver com o local onde ele está instalado.
Sendo assim, se o seu objetivo é desenvolver um empreendimento comercial com acessibilidade, comece pensando na localização do imóvel. O ideal é procurar por bairros e endereços que não fiquem muito fora de mão do seu público alvo e público potencial, uma vez que isso pode acabar afastando-o do seu negócio.
Além disso, é preciso pensar na configuração da cidade e das ruas como um todo. Em muitos casos, contar com um espaço próximo para estacionamento dos clientes não se trata necessariamente de um privilégio, mas sim de uma necessidade para a construção de um empreendimento pautado pela acessibilidade.
Esteja sempre atento ao entorno do imóvel que você irá escolher para desenvolver o seu empreendimento. Para além dos estacionamentos, próximo dele há paradas de ônibus, pontos para táxi ou algo do tipo? As ruas são bem asfaltadas, contam com calçadas e são de fácil caminhada? Tudo isso precisa ser pensado por quem quer tornar o espaço do próprio negócio acessível para os demais.
Um ponto comercial com acessibilidade precisa de rampas, corrimãos e pisos táteis
É importante ressaltar que a composição de um ponto comercial com acessibilidade começa, antes mesmo, do cliente entrar no negócio de fato. Afinal de contas, ele precisa chegar até o local, muitas vezes caminhando, e esse caminho precisa ser fácil e acessível para que tudo ocorra da maneira certa.
Sendo assim, saiba que um ponto comercial com acessibilidade precisa de rampas, corrimãos e pisos táteis. Tratam-se de questões arquitetônicas essenciais para tornar o caminho mais acessível para pessoas com problemas físicos, de mobilidade ou, até mesmo, de visão em si.
Uma pessoa com deficiência visual, por exemplo, se sozinha, precisa de um piso tátil para se guiar até o ambiente. Já alguém em uma cadeira de rodas, esteja sozinha ou acompanhada, precisa de uma rampa para chegar até o local (caso ele esteja em outro nível). Pessoas idosas, obesas ou com algum problema de mobilidade, por exemplo, muitas vezes precisam de um corrimão para se apoiar e chegar até o local.
Em suma, esses três tópicos são simplesmente imprescindíveis para a construção de um lugar muito mais acessível, da porta para fora - e às vezes da porta para dentro. É importante incluí-los no seu empreendimento comercial se o seu objetivo for, de fato, construir um espaço mais agradável para todos os clientes.
Um ponto comercial com acessibilidade também precisa de banheiros e mesas adaptadas
Já na parte interna, a construção de um ponto comercial com acessibilidade depende muito da estrutura do ambiente em si. Obviamente que irá depender também do tipo de negócio que está sendo desenvolvido. No entanto, de maneira geral, é importante que todos os espaços contam com banheiros e mesas adaptadas.
Seja o seu ponto comercial, uma loja de roupas, um pequeno restaurante / lanchonete ou uma loja de varejos, a presença de um banheiro adaptado é simplesmente imprescindível. Dessa maneira, clientes com problemas de mobilidade poderão acessá-lo sem nenhum problema - e isso depende de algumas questões.
Primeiramente, saiba que um banheiro acessível para pessoas com problema de mobilidade, ou até mesmo de visão, precisa ser maior do que o comum. De acordo com a NBR 9050, é preciso que esse ambiente tenha, no mínimo, 1,50m por 1,70m - o que daria 2,55 metros quadrados.
Além disso, o espaço também precisa contar com as barras de apoio nas paredes, para que o cliente possa utilizar para se locomover dentro do local. É importante, também, nesse caso, optar por um piso que seja antiderrapante e que, de fato, garanta mais estabilidade aos usuários, para que não corram o risco de queda.
Quanto aos restaurantes, é interessante contar com mesas um pouco maiores, as quais caibam, por exemplo, uma cadeira de rodas para o cliente. O mesmo vale para as lojas de roupa, mas na questão dos provadores, sendo que alguns precisam ser um pouco maiores e contar com as barras de apoio.
Iluminação, leitura e atendimento: tudo isso contribui para um ponto comercial com acessibilidade
Por último, saiba que a construção do conforto do ambiente interno em si também depende de um pensamento acessível. Um ponto comercial com acessibilidade é pautado não apenas pela locomoção, mas também por toda a parte de iluminação, leitura e atendimento - questões que podem parecer simples, mas são imprescindíveis.
Um local bem iluminado onde pessoas com baixa visão possam ler e se locomover com maior segurança marca pontos nesse quesito. Quanto à leitura, a presença de placas ou, até mesmo, cardápios (no caso de empreendimentos do ramo gastronômico) em braile fazem total diferença para quem não enxerga ou tem baixa visão.
E, por fim, não há como não falar sobre o atendimento. Em um estabelecimento comercial físico, pode-se dizer que o atendimento corresponde a, pelo menos, 30% da experiência do cliente. Saber atendê-lo e deixá-lo, de fato, confortável, é algo que contribui para um ambiente muito mais acessível.