Situações em que o lojista tem a razão

Situações em que o lojista tem a razão

Quem trabalha com comércio sabe o quão comum é ter que resolver algum problema ou mal-entendido com o cliente. No entanto, trabalhadores desse segmento também possuem direitos - e não somente deveres. E é por isso que existem diversas situações em que o lojista tem razão, mas nem ao menos sabe disso.

Empreender no ramo comercial definitivamente não é uma das atividades mais fáceis do mundo. É preciso não apenas ter todo um conhecimento de organização e expertise para a compra de determinados produtos, escolhendo o fornecedor certo, como também saber proporcionar um bom atendimento ao cliente.

No entanto, atender bem o cliente não significa que o lojista precisa se submeter a todos os tipos de situações. Afinal de contas, todos os trabalhadores possuem os seus direitos e, por mais que a popular frase diga o contrário, o consumidor nem sempre está certo - e é justamente isso que você precisa saber.

Neste artigo, você irá conhecer um pouco mais sobre situações em que o lojista tem razão e direito de se posicionar de determinada forma. Além disso, falaremos um pouco também sobre os direitos desses trabalhadores que, quase todos os dias, precisam lidar com situações difíceis durante os atendimentos.

Dito isso, pegue logo o seu caderno de anotações ou abra o bloco de notas do celular e venha conferir um pouco mais sobre o assunto.

O lojista tem razão e direito ao não aceitar pagamento em cartão

Dependendo do lugar que você mora, enquanto consumidor, certamente já frequentou algum ambiente em que a única forma de pagamento era o dinheiro vivo. Por mais que isso possa parecer arcaico nos dias de hoje, com tantas tecnologias à disposição, saiba que é um direito do trabalhador do comércio.

O lojista tem razão e direito ao não aceitar o pagamento em cartão, seja de crédito ou débito. No entanto, em casos assim, é preciso que haja indicações claras no estabelecimento em relação ao tipo de pagamento. Placas e cartazes espalhados pelo local, assim como informar o cliente na entrada, são algumas das formas.

Além disso, enquanto não aceitar o pagamento em cartão é uma opção para o lojista, aceitar o pagamento em dinheiro é uma obrigação. Sendo assim, independentemente do estabelecimento, é obrigado que o comerciante aceite qualquer tipo de pagamento em dinheiro vivo.

O lojista tem razão ao pedir a sua identidade na hora do pagamento

Por acaso, enquanto consumidor, você já teve sua identidade solicitada na hora de pagar com o cartão de crédito ou débito ou produto ou serviço que comprou? Pois é, ainda que algumas pessoas não se sintam tão confortáveis com essa situação, está no direito do comerciante exercê-la.

O lojista tem razão ao pedir o seu documento de identidade na hora de uma compra com o cartão de crédito. Isso é nada mais nada menos do que uma artifício de segurança tanto para o estabelecimento quanto para o consumidor, a fim de garantir que não está se envolvendo em algum tipo de fraude.

O lojista tem razão ao não fazer a troca de um produto sem defeito

Sabe quando o cliente chega com aquela camiseta adquirida há uma semana, alegando que a cor não lhe agradou ou não serviu e pedindo para trocá-la? Pois é, essa é uma situação bastante comum na grande maioria dos comércios. No entanto, não significa que o comerciante tenha que realizar a troca.

O lojista tem razão ao não realizar a troca de um produto sem defeito que foi comprado presencialmente no estabelecimento. Isso porque é um direito do comerciante, estabelecido por lei, não precisar trocar algum item vendido que não apresente nenhum tipo de defeito ou inconsistência de uma maneira geral.

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Errar o preço não significa que você precisa vendê-lo pelo valor anunciado

Muitas vezes, na correria da etiquetação dos produtos que ficam na prateleira, algum item pode acabar tendo seu preço anunciado de forma equivocada. No entanto, isso não significa necessariamente que o comerciante precise vender aquele produto pelo valor errado que foi anunciado.

Em alguns casos, o lojista tem razão ao não aceitar quando o consumidor pede que determinado produto seja vendido pelo preço anunciado errado. Por mais que, em boa parte das vezes, o comerciante precise arcar com o que foi informado na prateleira, isso não é válido em todas as situações.

Em alguns casos, a ação de reivindicação pode estar sendo realizada de má fé por parte do consumidor. Isso acontece, por exemplo, quando a discrepância de preços é muito absurda como, por exemplo, a de um smartphone de R$ 8 mil que está sendo vendido por R$ 800. Sendo assim, o lojista não precisa, de fato, vender por R$ 800.

O lojista não precisa realizar a troca na mesma hora

Na rotina do comerciante é comum lidar com clientes que, ao terem comprado um produto com defeito, exigem a troca imediata. No entanto, saiba que o lojista tem razão ao não realizar a troca ou conserto de um item na mesma hora, visto que ele tem o direito de resolver essa questão em até 30 dias.

Sendo assim, caso o cliente compre um produto com defeito ou até mesmo estragado, ele pode solicitar a troca ou conserto - mas este não precisa ocorrer de forma imediata. A empresa, de uma maneira geral, tem até 30 dias para realizar isso. Caso passe esse período, aí sim o consumidor pode solicitar a troca.

O lojista tem razão ao recusar a troca em caso de mau uso do cliente

Suponhamos que você trabalhe em uma loja de celulares. Sendo assim, como comerciante, você realizou a venda de um smartphone, o qual foi testado previamente, e se mostrou completamente funcional. No entanto, depois de quatro dias, o cliente voltou ao seu estabelecimento com a tela rachada e solicitou a troca.

Nesses casos, o lojista tem razão ao recusar a troca, visto que ela é decorrente de um mau uso por parte do consumidor. Como já citado anteriormente, o comerciante só tem a obrigação de realizar a troca ou conserto de um produto uma vez que ele tenha sido vendido já com problemas.

No entanto, quando esse problema é decorrente do mau uso do cliente, como deixar cair e rachar a tela ou trincar a câmera traseira, a troca não precisa ser feita. Sendo assim, o lojista está em seu direito ao não aceitar a devolução em casos como esse.

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O cliente nem sempre tem razão

Em algum momento da vida, todo comerciante já ouviu falar na famosa frase: o cliente tem sempre razão. Acontece que, por mais que esse seja o lema de muitos empreendimentos Brasil afora, ele não está completamente certo. Na verdade, o fato é que nem sempre o cliente tem razão - visto que o lojista tem os seus direitos.

O lojista tem razão em vários posicionamentos justamente pelo fato de possuir direitos em sua atuação no trabalho. Sendo assim, não é porque o consumidor entrou em sua loja e solicitou a troca de um produto ou a redução de preço de determinado item que isso precisa acontecer de fato.

O Código do Consumidor, de uma maneira geral, coloca em pauta os diversos direitos de uma pessoa enquanto cliente. Isso não significa, no entanto, que o lojista tenha que acatar a tudo. Como todo e qualquer profissional ele possui os seus direitos enquanto vendedor, o qual precisa ser pautado pela responsabilidade ética.