O que a loja física aprendeu com a pandemia?

O que a loja física aprendeu com a pandemia?

A Covid-19 simplesmente virou de cabeça para baixo o mundo de muitos empreendedores Brasil afora. Diversos segmentos de mercado foram afetados, assim como a economia nacional de uma maneira geral, obrigando donos de negócios a fechar ou se reestruturar. Mas, afinal de contas, o que a loja física aprendeu com a pandemia?

Durante alguns meses, muitos estados brasileiros impuseram medidas restritivas que impediam o funcionamento de estabelecimentos comerciais, como forma de contenção do vírus. Isso fez com que muitos empreendedores tivessem que fechar as portas ou, até mesmo, mudar o seu modelo de negócio.

No entanto, o tempo passou e essas medidas foram sendo retiradas conforme a vacinação ia avançando e o controle da Covid-19 se tornava maior nos estados. Dessa forma, as lojas físicas voltaram a funcionar, mas o modelo de atendimento, vendas, divulgação e negócio certamente já não é exatamente o mesmo.

Neste artigo, você irá entender um pouco mais sobre o que a loja física aprendeu com a pandemia de Covid-19 nestes últimos anos. Além disso, falaremos também sobre o que mudou de lá para cá, estratégias que tiveram que ser implementadas durante esse período e que provavelmente continuarão por muito tempo.

Dito isso, pegue logo o seu caderno de anotações ou abra o bloco de notas do celular e venha conferir um pouco mais sobre o assunto.

A loja física realmente aprendeu com a pandemia?

Durante os primeiros meses de luta contra a Covid-19 no Brasil, com os decretos restritivos, muitas pessoas chegaram a se questionar se os estabelecimentos comerciais estavam com os dias contados. Afinal de contas, boa parte deles tiveram que fechar as suas portas ou se adaptar a um modelo quase que inteiramente digital.

Além da praticidade apresentada pelo digital, que realmente vinha dando certo entre a grande maioria dos empreendimentos, havia um segundo problema: será que, quando os comércios abrirem, os consumidores voltarão a comprar presencialmente? A dúvida foi respondida com dados, a ponto das vendas presenciais realmente voltarem com tudo.

Isso nos leva a um questionamento: será que a loja física realmente aprendeu com a pandemia de Covid-19? E a resposta não há como ser outra ao invés de sim, uma vez que muitas das estratégias de negócios utilizadas por estabelecimentos comerciais hoje foram implementadas ainda durante o auge do contágio do vírus.

Diversas práticas em lojas físicas, desde o atendimento até o pagamento, começaram a ser cultivadas ainda nos meses de pandemia e seguem até os dias de hoje. O segmento comercial presencial, de uma maneira geral, entendeu que ainda tem o seu valor e que segue sendo importante para a economia - mas, agora, com novos hábitos.

Confira um pouco mais sobre o que a loja física aprendeu com a pandemia:

1.    Segurança sanitária e organização

Se tem algo que a loja física aprendeu com a pandemia e que realmente deve ser mantido por um bom tempo, esse algo é a segurança sanitária e organização. Isso porque na retomada do comércio em muitos estados, diversos cuidados continuaram sendo obrigatórios dentro dos estabelecimentos.

A disposição de álcool em gel em pontos estratégicos da loja, como entrada e balcão de pagamento; o espaçamento marcado entre as filas e a limpeza de provadores, no caso de lojas de roupa, foram algumas das práticas adotadas. Essas, inclusive, são mantidas até os dias de hoje e prometem permanecer por um bom tempo.

Isso porque, por mais comuns que sejam, essas práticas realmente transmitem uma maior sensação de segurança ao consumidor. Sendo assim, sabendo que ele não estará em contato direto com um estranho e que visitará um ambiente limpo e higienizado, por exemplo, provavelmente se sentirá mais seguro.

Já em relação à organização, o fato é que muitos donos de lojas físicas buscaram otimizar o seu espaço a fim de que ele ficasse mais espaçoso. Dessa forma, muitas lojas mudaram os estilos de móveis e prateleiras, ou até mesmo o próprio empreendimento, de maneira que a ida ao estabelecimento fosse mais confortável.

2.    Atendimento e experiência

Em meio ao questionamento de se os estabelecimentos comerciais iriam sobreviver ou não após a estabilização da pandemia, surgiu um entendimento quase que geral: não há como substituir tudo que o físico transmite. Ou seja, quando você transporta diversos serviços para o digital, alguns sentimentos e práticas acabam sendo emuladas, mas não refeitas.

Sendo assim, uma coisa que a loja física aprendeu com a pandemia é que o atendimento e a experiência são dois fatores simplesmente cruciais para estabelecimentos comerciais. Isso porque são detalhes que não podem ser transportados em sua essência para o mundo digital, ainda que funcionem.

Um bom atendimento em uma loja física pode ser suficiente para fidelizar clientes e até mesmo criar amizades dentro de um segmento. Afinal de contas, não há nada melhor do que ser muito bem atendido em um estabelecimento comercial, a ponto de se sentir bem e importante para o empreendedor.

Já a experiência tem muito a ver com a soma de diversos fatores, mas que no físico torna-se muito mais palpável e interessante. É entrar em um estabelecimento e se impressionar com o design, com a iluminação, se sentir confortável, gostar dos produtos apresentados e querer voltar sempre que possível.

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3.    Possibilidade de delivery

Em alguns estados do Brasil, enquanto os decretos estaduais proibiam a abertura de estabelecimentos comerciais para público, a solução se tornou o delivery. Isso não significa necessariamente a venda pela internet, mas sim poder receber um determinado produto ou serviço em casa e pagar ao entregador.

Sendo assim, não há como negar que a loja física aprendeu com a pandemia que a possibilidade de delivery é algo extremamente importante. Isso porque, mesmo com a reabertura, tem muitas pessoas que não têm o tempo necessário para se deslocar até o estabelecimento comercial e fazer as suas compras, ainda que seja da mesma cidade.

Dessa forma, para alguns consumidores, torna-se mais fácil entrar em contato com o vendedor por meio de telefone ou WhatsApp e solicitar um determinado produto ou serviço. Afinal de contas, paga pelo frete, mas recebe em casa algo de uma loja que deseja - algo que já é comum no e-commerce de uma maneira geral.

Dito isso, é inegável que a loja física aprendeu com a pandemia que o delivery é uma opção a ser utilizada para alguns negócios. Ele pode corresponder a uma maior cobertura de vendas, logo, resultar em um maior número de vendas, mais receita entrando no caixa para crescimento e investimento.

4.    União físico e digital

Outra coisa que a loja física aprendeu com a pandemia é que, por mais que o seu cerne seja o presencial, isso não significa que ela também não pode estar inserida no digital. Afinal de contas, foi justamente a inserção no digital e na internet que fez com que muitos negócios sobrevivessem à queda de receita durante os piores meses da Covid-19.

Muitos empreendedores entenderam que estar inserido no digital é, também, uma forma de atrair ainda mais público para a loja física. E isso não quer dizer somente as vendas pela internet, em e-commerce, uma vez que a divulgação de produtos ou serviços que serão comprados ou consumidos em um estabelecimento também é uma alternativa.

Um exemplo são os negócios que passaram a anunciar os seus produtos nas redes sociais, com boas fotos e composições. Dessa forma, por mais que não vendessem pela internet, atraíram ainda mais consumidores para o estabelecimento em si, os quais se interessam por aquilo que viram na mídia.

A união do físico com o digital, da internet com as vendas presenciais, só tem a agregar para uma loja física. É expandir a sua atuação, alcançar novos públicos, ganhar novos clientes e, ainda de quebra, poder se tornar uma referência em termos de marca - algo que aconteceu com muitos empreendimentos.

5.    Utilização de vários meios de pagamentos

E para finalizar a nossa lista de coisas que a loja física aprendeu com a pandemia, não podemos falar da utilização de vários meios de pagamentos. Antes da Covid-19, era muito mais comum ir em um estabelecimento comercial e perceber que eles só aceitavam dinheiro em espécie, ou seja, moedas ou notas.

No entanto, até mesmo pela necessidade de vender pela internet e dar mais segurança para as compras presenciais, muitos empreendedores passaram a trabalhar com outros meios de pagamento. A utilização de cartões de crédito e débito, por exemplo, por aproximação ou inserção, já é muito mais seguro em termos de higiene.

Além disso, outra forma de pagamento que se tornou uma verdadeira queridinha do público nesse período foi justamente o PIX. Lançado pelo Banco Central em novembro de 2020, tornou- se uma das principais formas de pagar por produtos e serviços até mesmo de maneira presencial, uma vez que você não precisa nem entrar em contato direto com o vendedor.

Sendo assim, de uma maneira geral, as lojas físicas entenderam que contar com diversos meios de pagamento é estar aberto para um maior público de consumidores. Pessoas que preferirem pagar com dinheiro continuarão utilizando esse meio, mas aquelas que só utilizam cartões e PIX, por exemplo, também poderão comprar do seu estabelecimento.

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A loja física aprendeu com a pandemia a lidar com dificuldades

O fato é que, durante os primeiros meses, e até mesmo primeiro ano, de Covid-19 no Brasil, muitos estabelecimentos comerciais acabaram fechando suas portas por definitivo. A queda de receita para diversos empreendedores foi brusca, simplesmente inadministrável, resultando em muitos ônus e nada de bônus.

No entanto, como já citado anteriormente, foi nítido que muitas empresas aprenderam a reestruturar todo o seu negócio em um período de curto tempo. Não se trata apenas da inserção no digital, mas também da valorização do espaço físico, entendendo ele como um lugar de boas experiências e segurança também.

Sendo assim, é possível afirmar que a loja física aprendeu com a pandemia a lidar com dificuldades - de maneira muito mais rápida do que alguns imaginavam. Os problemas foram colocados na mesa e as soluções foram apresentadas logo em seguida, muito por necessidade, e pouco por conforto.

Ainda assim, muitas dessas mudanças prometem perdurar por um bom tempo entre as lojas de uma maneira geral. Isso quer dizer que, por mais difícil que tenha sido e ainda esteja sendo o período de pandemia, ela trouxe resultados e mudanças importantes para muitas economias.